Você sabia que a psicologia pode te ajudar na perda de peso?
Dietas e exercícios físicos são as primeiras práticas indicadas para quem busca iniciar o processo de reeducação alimentar e perda de peso, mas o que poucos sabem é como a psicologia pode colaborar no desafio de emagrecer e apresentar bons resultados contra problemas de compulsão alimentar, responsáveis pela obesidade e seus diversos riscos à saúde.
Terapia para perder peso, como funciona?
“A Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC) é uma linha da psicologia que se baseia na análise e modificação de comportamentos disfuncionais. Por meio dela podemos descobrimos os gatilhos que levam o paciente a uma alimentação inadequada”, explica a psicóloga Lauren Archilla, do SPA Sorocaba.
A profissional explica que os motivos para esses comportamentos podem variar entre assuntos simples, como a reestruturação da rotina diária, e outros mais profundos, como, por exemplo, um relacionamento abusivo que ainda não havia sido identificado como tal.
Segundo Archilla, a TCC não possui contraindicações e é utilizada, principalmente, nos casos em que é necessário de um ataque rápido a determinado comportamento, seja ele relacionado a compulsões, ansiedade, insônia, dentre outros.
A profissional também explica que o tratamento terapêutico pode ser indicado em mais de um momento na vida. “Muitas vezes damos conta de um determinado comportamento, mas ele volta após algum tempo, acionado por outra circunstância.
Sendo assim, não é contraindicado retornar à terapia após uma primeira alta, muito pelo contrário”, finaliza.
Reconhecida pela Associação Brasileira para o Estudo da Obesidade e da Síndrome Metabólica (ABESO) como uma das principais ferramentas de manutenção da reeducação alimentar a longo prazo, a TCC costuma ser realizada entre 12 e 40 sessões, podendo observar os primeiros resultados já a partir da quinta sessão. Em alguns casos pode ser necessária a utilização de medicamentos em paralelo à terapia.
Emagrecimento e o comportamento automatizado
Outra linha da psicologia que age no emagrecimento tem como entusiasta o educador físico Bruno Cabreira, Especialista em Bioquímica, Fisiologia, Nutrição e Desempenho Físico pela Universidade de Campinas (UNICAMP), membro da Sociedade Brasileira de Personal Trainers, Co-Fundador da Ordem dos Personal Trainers do Brasil (OPTB) e idealizador do programa Emagreça Sem Dieta.
Para Cabrera, que acompanha pesquisas internacionais sobre o tema, comportamentos habituais e automatizados estão totalmente conectados com a obesidade ou a dificuldade da manutenção da perda de peso a longo prazo.
De acordo com as pesquisas, entre pessoas que buscam métodos convencionais, como dietas ou exercícios físicos, 40% recuperam o peso perdido em até um ano e a grande maioria do restante desse grupo recupera o peso em até três anos.
Nossa rotina diária nada mais é do que uma sequência de decisões, no entanto, o que os estudos mostram é que aproximadamente 45% delas são feitas no “piloto automático”. Entre estas decisões, 200 delas são opções alimentares.
O oposto do “comportamento automatizado” é o que os estudos classificam como “comportamento flexível”. A quebra de hábitos indesejados criando novas respostas ao ambiente do indivíduo é o que constrói um comportamento flexível.
A solução para se quebrar um hábito ruim é inserir novas tarefas dentro da rotina, criando uma condição para que o cérebro se acostume às mudanças e as assimile cada vez de forma mais fácil e racional. Já, no caso dos hábitos bons, utilizamos essa habilidade do cérebro em memorizar nossas ações rotineiras a nosso favor.
“Para aquelas pessoas que, especificamente, tem como objetivo o controle da obesidade.
Se elas não forem capazes de quebrar os maus hábitos que a levaram ao sobrepeso, não existe dieta que fará com que ela emagreça de forma saudável e continuada. E essa é a causa do temido efeito sanfona”, diz Cabrera.
Por Antonio Montano